Clique aqui para acessar informativos AMI
“BENDITO SEJA O SENHOR, DEUS DE ISRAEL, PORQUE VISITOU O
SEU POVO, E SUSCITOU-NOS UM PODEROSO SALVADOR” (Lc.1,68-69)
PALAVRA DE DEUS São Mateus, 2
"1.Tendo,
pois, Jesus nascido em Belém de Judá, no tempo do rei Herodes, eis que magos vieram
do oriente a Jerusalém. 2.Perguntaram eles: Onde está o rei dos judeus que
acaba de nascer? Vimos a sua estrela no oriente e viemos adorá-lo. 3.A esta
notícia, o rei Herodes ficou perturbado e toda Jerusalém com ele. 4.Convocou os
príncipes dos sacerdotes e os escribas do povo e indagou deles onde havia de
nascer o Cristo. 5.Disseram-lhe: Em Belém, na Judéia, porque assim foi escrito
pelo profeta: 6.E tu, Belém, terra de Judá, não és de modo algum a menor entre
as cidades de Judá, porque de ti sairá o chefe que governará Israel, meu
povo(Miq 5,2). 7.Herodes, então, chamou secretamente os magos e perguntou-lhes
sobre a época exata em que o astro lhes tinha aparecido. 8.E, enviando-os a
Belém, disse: Ide e informai-vos bem a respeito do menino. Quando o tiverdes
encontrado, comunicai-me, para que eu também vá adorá-lo. 9.Tendo eles ouvido
as palavras do rei, partiram. E eis que a estrela, que tinham visto no oriente,
os foi precedendo até chegar sobre o lugar onde estava o menino e ali parou.
10.A aparição daquela estrela os encheu de profunda alegria. 11.Entrando na
casa, acharam o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se diante dele, o
adoraram. Depois, abrindo seus tesouros, ofereceram-lhe como presentes: ouro,
incenso e mirra. 12.Avisados em sonhos de não tornarem a Herodes, voltaram para
sua terra por outro caminho. 13.Depois de sua partida, um anjo do Senhor
apareceu em sonhos a José e disse: Levanta-te, toma o menino e sua mãe e foge
para o Egito; fica lá até que eu te avise, porque Herodes vai procurar o menino
para o matar. 14.José levantou-se durante a noite, tomou o menino e sua mãe e
partiu para o Egito. 15.Ali permaneceu até a morte de Herodes para que se
cumprisse o que o Senhor dissera pelo profeta: Eu chamei do Egito meu filho (Os
11,1). 16.Vendo, então, Herodes que tinha sido enganado pelos magos, ficou
muito irado e mandou massacrar em Belém e nos seus arredores todos os meninos
de dois anos para baixo, conforme o tempo exato que havia indagado dos magos.
17.Cumpriu-se, então, o que foi dito pelo profeta Jeremias: 18.Em Ramá se ouviu
uma voz, choro e grandes lamentos: é Raquel a chorar seus filhos; não quer
consolação, porque já não existem (Jer 31,15)! 19.Com a morte de Herodes, o
anjo do Senhor apareceu em sonhos a José, no Egito, e disse: 20.Levanta-te,
toma o menino e sua mãe e retorna à terra de Israel, porque morreram os que
atentavam contra a vida do menino. 21.José levantou-se, tomou o menino e sua
mãe e foi para a terra de Israel. 22.Ao ouvir, porém, que Arquelau reinava na
Judéia, em lugar de seu pai Herodes, não ousou ir para lá. Avisado divinamente
em sonhos, retirou-se para a província da Galiléia 23.e veio habitar na cidade
de Nazaré para que se cumprisse o que foi dito pelos profetas: Será chamado
Nazareno."
Bíblia
Ave-Maria.
“Massacre dos
inocentes”, Beato Fra Angelico (1395-1455)
Santos
inocentes atuais: os bebês abortados!
Epifania de Nosso Senhor Jesus
Cristo
“Vimos a sua estrela no Oriente, e viemos
adorá-Lo” (Mt 2, 2)
Jesus, apenas nascido, quis começar a comunicar-nos as
graças da Redenção. Por meio de uma estrela chama os Magos, e na pessoa destes
a todos nós, a fim de O venerarem. Os santos Reis põem-se logo a caminho,
entram na gruta, adoram o santo Menino e oferecem-Lhe as suas ofertas místicas.
Adoremo-Lo nós também, em união com os santos Reis, e ofereçamos-Lhe pelas mãos
de Maria os nossos corações arrependidos e amantes.
I. Jesus nasce pobre numa lapinha: os anjos do céu, é verdade, reconhecem-No por seu senhor, mas os homens da terra deixam-No abandonado. Vêm apenas uns poucos pastores para O adorar. O Redentor, porém, já quer começar a comunicar-nos a graça da Redenção, e por isso começa a manifestar-se aos gentios que menos O conheciam. Manda uma estrela iluminar os santos Magos, para que venham conhecer e adorar o seu Salvador. Foi esta a primeira e também a maior graça que Jesus nos deu: a vocação à fé, à qual sucede a vocação à graça, de que os homens se achavam privados.
I. Jesus nasce pobre numa lapinha: os anjos do céu, é verdade, reconhecem-No por seu senhor, mas os homens da terra deixam-No abandonado. Vêm apenas uns poucos pastores para O adorar. O Redentor, porém, já quer começar a comunicar-nos a graça da Redenção, e por isso começa a manifestar-se aos gentios que menos O conheciam. Manda uma estrela iluminar os santos Magos, para que venham conhecer e adorar o seu Salvador. Foi esta a primeira e também a maior graça que Jesus nos deu: a vocação à fé, à qual sucede a vocação à graça, de que os homens se achavam privados.
Sem demora os Magos se põem a caminho; a estrela
acompanha-os até à gruta, onde está o santo Menino. Chegados ali, entram, e o
que acham? — “Acharam o Menino com Maria” (Mt 2, 11). Eles acham uma
donzela pobre e um menino pobre envolto em paninhos, sem ninguém para o servir
ou assistir. Mas como? Ao entrarem naquela humilde gruta, os santos peregrinos
sentem uma alegria nunca antes experimentada; sentem seu coração atraído para
aquele Menino pequenino. Aquela palha, aquela pobreza, aqueles vagidos de seu
pequeno Salvador, ah! Que setas de amor para seus corações, que chamas felizes
de amor neles se acendem! O Menino acolhe-os com sorriso amável, demonstrando
assim o afeto com que os aceita entre as primeiras presas da sua Redenção.
Os
santos Reis olham depois para Maria, que queda silenciosa, mas com semblante no
qual reluz uma doçura celeste, acolhe-os e agradece-lhes o terem vindo os
primeiros a reconhecer-lhe o Filho por seu soberano Senhor. Eis que os santos
varões, silenciosos pelo respeito, adoram o Filho da Virgem e reconhecem-No
como Deus, beijando-Lhe os pés e oferecendo-Lhe os seus presentes; ouro,
incenso e mirra. Em união com os santos Magos, adoremos o nosso pequenino Rei
Jesus e ofereçamos-Lhe todo o nosso coração.
II. Ó
amável Menino Jesus, ainda que Vos veja nessa gruta, deitado sobre a palha, tão
pobre e tão desprezado, a fé ensina-me que sois meu Deus, descido do céu para a
minha salvação. Reconheço-Vos por meu soberano Senhor e meu Salvador, mas nada
tenho para Vos oferecer. Não tenho ouro de amor, porque amei as criaturas e os
meus caprichos, e não Vos amei a Vós que sois infinitamente amável. Não tenho
incenso de oração, porque até hoje vivi miseravelmente esquecido de Vós. Não
tenho mirra de mortificação, porquanto tantas vezes tenho desgostado a vossa
infinita bondade.
— Que poderei eu oferecer-Vos? Ofereço-Vos este meu
coração, imundo e pobre como é; aceitai-o e transformai-o. Viestes sobre a
terra exatamente para, com o vosso sangue, purificar os corações humanos do
pecado e assim transformá-los de pecadores em santos. Dai-me Vós mesmo o ouro,
o incenso e a mirra que desejais. Dai-me o ouro de vosso santo amor; dai-me o
espírito da santa oração; dai-me o desejo e a força para me mortificar em todas
as coisas que Vos possam desagradar. Estou resolvido a obedecer-Vos e a
amar-Vos; mas Vós conheceis a minha fraqueza, dai-me a graça de Vos permanecer
fiel.
Ó
Virgem Santíssima, Vós acolhestes com tamanha benignidade e consolastes os
santos Magos, acolhei-me e consolai-me também, agora que venho adorar vosso
Filho e consagrar-me inteiramente a Ele. Minha Mãe, tenho confiança absoluta em
vossa intercessão. Recomendai-me a Jesus. Em vossas mãos deposito a minha alma
e a minha vontade; ligai-a para sempre ao amor de Jesus.
“E Vós, ó meu Deus, que por meio de uma estrela
manifestastes no dia presente vosso Unigênito aos gentios: concedei propício,
que visto já Vos conhecermos pela fé, cheguemos também a contemplar a beleza de
vossa majestade. Fazei-o pelo amor desse mesmo Jesus Cristo, vosso Filho.”
(LIGÓRIO, Afonso Maria de. Meditações: Para todos os Dias e Festas
do Ano. Friburgo: Herder& Cia, 1921, p. 122-124)
Papa critica
os países onde não nascem filhos e assegura que é obra do demônio
Ao comentar o Evangelho da liturgia
do dia 19/12, o Papa Francisco criticou os países onde a natalidade é baixa e
disse que é o resultado do engano do demônio.
Na Missa que
celebrou na Casa Santa Marta, o Pontífice recordou que o primeiro mandamento de
Deus foi o de “povoem a terra, sejam fecundos”. E afirmou que “onde há Deus, há
fecundidade”.
“Vem-me à mente (...) alguns países
que escolheram o caminho da esterilidade e sofrem esta doença tão feia que é o
inverno demográfico”.
“Nós os conhecemos. Não fazem filhos.
Não, que o bem-estar, que isso, que aquilo... países vazios de crianças e isso
não é uma bênção. Mas isso é uma coisa passageira. A fecundidade é sempre uma
bênção de Deus”, acrescentou.
Nesse sentido, advertiu que “o diabo
quer a esterilidade. Quer que cada um de nós não viva para dar vida seja
física, seja espiritual aos outros. Viva para si mesmo: o egoísmo, a soberba, a
vaidade. Engordar a alma sem viver para os outros. O diabo é quem faz crescer a
cizânia do egoísmo e não nos faz fecundos”.
Francisco expressou que é uma graça
ter filhos e falou do Natal: “Aqui tem um berço vazio, podemos observar. Pode
ser símbolo de esperança porque virá uma criança, pode ser um objeto de museu,
vazio toda a vida”.
“O nosso coração é um berço. Como
está o meu coração? Está vazio, sempre vazio, mas está aberto para receber continuamente
vida e dar vida? Para receber e ser fecundo? Ou será um coração mantido como um
objeto de museu que jamais estará aberto à vida e a dar a vida?”, convidou os
fiéis a se perguntar.
Fonte:www.acidigital.com
MENSAGEM
DO SANTO PADRE
FRANCISCO
PARA A CELEBRAÇÃO DO
51º DIA MUNDIAL DA PAZ
FRANCISCO
PARA A CELEBRAÇÃO DO
51º DIA MUNDIAL DA PAZ
1° DE
JANEIRO DE 2018
Migrantes
e refugiados: homens e mulheres em busca de paz
1. Votos de paz
Paz a todas as pessoas e a todas as nações da terra! A paz, que os
anjos anunciam aos pastores na noite de Natal, é uma aspiração profunda de
todas as pessoas e de todos os povos, sobretudo de quantos padecem mais
duramente pela sua falta. Dentre estes, que trago presente nos meus pensamentos
e na minha oração, quero recordar de novo os mais de 250 milhões de migrantes no
mundo, dos quais 22 milhões e meio são refugiados. Estes últimos, como afirmou
o meu amado predecessor Bento
XVI, «são homens e mulheres, crianças, jovens e idosos que procuram
um lugar onde viver em paz». E, para o encontrar, muitos deles estão
prontos a arriscar a vida numa viagem que se revela, em grande parte dos casos,
longa e perigosa, a sujeitar-se a fadigas e sofrimentos, a enfrentar arames
farpados e muros erguidos para os manter longe da meta.
Com espírito de misericórdia, abraçamos todos aqueles que fogem da
guerra e da fome ou se veem constrangidos a deixar a própria terra por causa de
discriminações, perseguições, pobreza e degradação ambiental.
Estamos cientes de que não basta abrir os nossos corações ao
sofrimento dos outros. Há muito que fazer antes de os nossos irmãos e irmãs
poderem voltar a viver em paz numa casa segura. Acolher o outro requer um
compromisso concreto, uma corrente de apoios e beneficência, uma atenção vigilante
e abrangente, a gestão responsável de novas situações complexas que às vezes se
vêm juntar a outros problemas já existentes em grande número, bem como recursos
que são sempre limitados. Praticando a virtude da prudência, os governantes
saberão acolher, promover, proteger e integrar, estabelecendo medidas práticas,
«nos limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente entendido,
[para] lhes favorecer a integração». Os governantes têm uma responsabilidade
precisa para com as próprias comunidades, devendo assegurar os seus justos
direitos e desenvolvimento harmónico, para não serem como o construtor
insensato que fez mal os cálculos e não conseguiu completar a torre que
começara a construir.
2. Porque há tantos refugiados e migrantes?
Na mensagem
para idêntica ocorrência no Grande Jubileu pelos 2000 anos
do anúncio de paz dos anjos em Belém, São João
Paulo II incluiu o número crescente de refugiados entre os efeitos de «uma
sequência infinda e horrenda de guerras, conflitos, genocídios, “limpezas
étnicas”» que caraterizaram o século XX. E até agora, infelizmente, o novo
século não registou uma verdadeira viragem: os conflitos armados e as outras
formas de violência organizada continuam a provocar deslocações de populações
no interior das fronteiras nacionais e para além delas.
Todavia as pessoas migram também por outras razões, sendo a
primeira delas «o desejo de uma vida melhor, unido muitas vezes ao intento de
deixar para trás o “desespero” de um futuro impossível de construir». As
pessoas partem para se juntar à própria família, para encontrar oportunidades
de trabalho ou de instrução: quem não pode gozar destes direitos, não vive em
paz. Além disso, como sublinhei na Encíclica Laudato
si’, «é trágico o aumento de migrantes em fuga da miséria agravada
pela degradação ambiental».
A maioria migra seguindo um percurso legal, mas há quem tome
outros caminhos, sobretudo por causa do desespero, quando a pátria não lhes
oferece segurança nem oportunidades, e todas as vias legais parecem
impraticáveis, bloqueadas ou demasiado lentas.
Em muitos países de destino, generalizou-se largamente uma
retórica que enfatiza os riscos para a segurança nacional ou o peso do
acolhimento dos recém-chegados, desprezando assim a dignidade humana que se
deve reconhecer a todos, enquanto filhos e filhas de Deus. Quem fomenta o medo
contra os migrantes, talvez com fins políticos, em vez de construir a paz,
semeia violência, discriminação racial e xenofobia, que são fonte de grande
preocupação para quantos têm a peito a tutela de todos os seres humanos.
Todos os elementos à disposição da comunidade internacional
indicam que as migrações globais continuarão a marcar o nosso futuro. Alguns
consideram-nas uma ameaça. Eu, pelo contrário, convido-vos a vê-las com um
olhar repleto de confiança, como oportunidade para construir um futuro de paz.
3. Com olhar contemplativo
A sabedoria da fé nutre este olhar, capaz de intuir que todos
pertencemos «a uma só família, migrantes e populações locais que os recebem, e
todos têm o mesmo direito de usufruir dos bens da terra, cujo destino é
universal, como ensina a doutrina social da Igreja. Aqui encontram fundamento a
solidariedade e a partilha». Estas palavras propõem-nos a imagem da nova
Jerusalém. O livro do profeta Isaías (cap. 60) e, em seguida, o Apocalipse
(cap. 21) descrevem-na como uma cidade com as portas sempre abertas, para
deixar entrar gente de todas as nações, que a admira e enche de riquezas. A paz
é o soberano que a guia, e a justiça o princípio que governa a convivência
dentro dela.
Precisamos de lançar, também sobre a cidade onde vivemos, este
olhar contemplativo, «isto é, um olhar de fé que descubra Deus que habita nas
suas casas, nas suas ruas, nas suas praças (...), promovendo a solidariedade, a
fraternidade, o desejo de bem, de verdade, de justiça», por outras
palavras, realizando a promessa da paz.
Detendo-se sobre os migrantes e os refugiados, este olhar saberá
descobrir que eles não chegam de mãos vazias: trazem uma bagagem feita de
coragem, capacidades, energias e aspirações, para além dos tesouros das suas
culturas nativas, e deste modo enriquecem a vida das nações que os acolhem.
Saberá vislumbrar também a criatividade, a tenacidade e o espírito de
sacrifício de inúmeras pessoas, famílias e comunidades que, em todas as partes
do mundo, abrem a porta e o coração a migrantes e refugiados, inclusive onde
não abundam os recursos.
Este olhar contemplativo saberá, enfim, guiar o discernimento dos
responsáveis governamentais, de modo a impelir as políticas de acolhimento até
ao máximo dos «limites consentidos pelo bem da própria comunidade retamente
entendido», isto é, tomando em consideração as exigências de todos os
membros da única família humana e o bem de cada um deles.
Quem estiver animado por este olhar será capaz de reconhecer os
rebentos de paz que já estão a despontar e cuidará do seu crescimento.
Transformará assim em canteiros de paz as nossas cidades, frequentemente
divididas e polarizadas por conflitos que se referem precisamente à presença de
migrantes e refugiados.
4. Quatro pedras miliárias para a ação
Oferecer a requerentes de asilo, refugiados, migrantes e vítimas
de tráfico humano uma possibilidade de encontrar aquela paz que andam à
procura, exige uma estratégia que combine quatro ações: acolher, proteger,
promover e integrar.
«Acolher» faz apelo à exigência de ampliar as possibilidades de
entrada legal, de não repelir refugiados e migrantes para lugares onde os
aguardam perseguições e violências, e de equilibrar a preocupação pela
segurança nacional com a tutela dos direitos humanos fundamentais. Recorda-nos
a Sagrada Escritura: «Não vos esqueçais da hospitalidade, pois, graças a ela,
alguns, sem o saberem, hospedaram anjos».
«Proteger» lembra o dever de reconhecer e tutelar a dignidade
inviolável daqueles que fogem dum perigo real em busca de asilo e segurança, de
impedir a sua exploração. Penso de modo particular nas mulheres e nas crianças
que se encontram em situações onde estão mais expostas aos riscos e aos abusos
que chegam até ao ponto de as tornar escravas. Deus não discrimina: «O Senhor
protege os que vivem em terra estranha e ampara o órfão e a viúva».
«Promover» alude ao apoio para o desenvolvimento humano integral
de migrantes e refugiados. Dentre os numerosos instrumentos que podem ajudar
nesta tarefa, desejo sublinhar a importância de assegurar às crianças e aos
jovens o acesso a todos os níveis de instrução: deste modo poderão não só
cultivar e fazer frutificar as suas capacidades, mas estarão em melhores
condições também para ir ao encontro dos outros, cultivando um espírito de
diálogo e não de fechamento ou de conflito. A Bíblia ensina que Deus «ama o
estrangeiro e dá-lhe pão e vestuário»; daí a exortação: «Amarás o estrangeiro,
porque foste estrangeiro na terra do Egito».
Por fim, «integrar» significa permitir que refugiados e migrantes
participem plenamente na vida da sociedade que os acolhe, numa dinâmica de
mútuo enriquecimento e fecunda colaboração na promoção do desenvolvimento
humano integral das comunidades locais. «Portanto – como escreve São Paulo – já
não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros
da casa de Deus».
5. Uma proposta para dois Pactos internacionais
Almejo do fundo do coração que seja este espírito a animar o
processo que, no decurso de 2018, levará à definição e aprovação por parte das
Nações Unidas de dois pactos globais: um para migrações seguras, ordenadas e
regulares, outro referido aos refugiados. Enquanto acordos partilhados a nível
global, estes pactos representarão um quadro de referência para propostas
políticas e medidas práticas. Por isso, é importante que sejam inspirados por
sentimentos de compaixão, clarividência e coragem, de modo a aproveitar todas
as ocasiões para fazer avançar a construção da paz: só assim o necessário
realismo da política internacional não se tornará uma capitulação ao cinismo e
à globalização da indiferença.
De facto, o diálogo e a coordenação constituem uma necessidade e
um dever próprio da comunidade internacional. Mais além das fronteiras
nacionais, é possível também que países menos ricos possam acolher um número
maior de refugiados ou acolhê-los melhor, se a cooperação internacional lhes
disponibilizar os fundos necessários.
A Secção Migrantes e Refugiados do Dicastério para o Serviço do
Desenvolvimento Humano Integral sugeriu 20 pontos de ação como pistas concretas
para a implementação dos supramencionados quatro verbos nas políticas públicas
e também na conduta e ação das comunidades cristãs. Estas e outras
contribuições pretendem expressar o interesse da Igreja Católica pelo processo
que levará à adoção dos referidos pactos globais das Nações Unidas. Um tal
interesse confirma uma vez mais a solicitude pastoral que nasceu com a Igreja e
tem continuado em muitas das suas obras até aos nossos dias.
6. Em prol da nossa casa comum
Inspiram-nos as palavras de São João
Paulo II: «Se o “sonho” de um mundo em paz é partilhado por tantas
pessoas, se se valoriza o contributo dos migrantes e dos refugiados, a
humanidade pode tornar-se sempre mais família de todos e a nossa terra uma real
“casa comum”». Ao longo da história, muitos acreditaram neste «sonho» e as
suas realizações testemunham que não se trata duma utopia irrealizável.
Entre eles conta-se Santa Francisca Xavier Cabrini, cujo
centenário do nascimento para o Céu ocorre em 2017. Hoje, dia 13 de novembro,
muitas comunidades eclesiais celebram a sua memória. Esta pequena grande
mulher, que consagrou a sua vida ao serviço dos migrantes tornando-se depois a
sua Padroeira celeste, ensinou-nos como podemos acolher, proteger, promover e
integrar estes nossos irmãos e irmãs. Pela sua intercessão, que o Senhor nos
conceda a todos fazer a experiência de que «o fruto da justiça é semeado em paz
por aqueles que praticam a paz».
Vaticano, 13 de novembro – Memória de Santa Francisca Xavier
Cabrini, Padroeira dos migrantes – de 2017.
Franciscus
A força da oração
(“A oração
fervorosa do justo tem grande poder” - Tg 5,16)
Tudo está acontecendo ao mesmo tempo.
Em Porto Alegre, o Banco Santander patrocina a exposição “Queermuseu”, mostrando
hóstias (consagradas ou não?) escritas com nomes de órgãos sexuais, pinturas de
escárnio a Jesus Crucificado e de promoção do homossexualismo e do travestismo
infantis. O autor da “arte” com as partículas eucarísticas é Antônio Obá, o
mesmo que desde julho está concorrendo ao Prêmio Pipa 2017 por uma apresentação
na qual, completamente despido, rala uma imagem de Nossa Senhora Aparecida e
joga em seguida o pó sobre o próprio corpo. Em Belo Horizonte, o Palácio das
Artes exibe a exposição blasfema “Faça você mesmo sua Capela Sistina”, rabiscos
grosseiros que um viciado em drogas, Pedro Moraleida, deixou antes de
suicidar-se aos 22 anos: pornografia, pedofilia, zoofilia, profanação de
símbolos religiosos, tudo presente em suas numerosas obras. Em São Paulo, o Museu de Arte Moderna, em sua exposição bienal, expõe
um homem nu deitado e uma menina de três a cinco anos tocando seu pé, com o
consentimento da mãe. A Rede Globo estreia novas novelas em combate à família natural e em
apologia de perversões sexuais. O Ministério da Educação, não aceitando a
derrota que a ideologia de gênero sofreu nas casas legislativas em nível
nacional, estadual e municipal nos Planos de Educação, agora tenta inserir essa
espúria temática na Base Nacional Curricular Comum (BNCC). Enquanto isso, a
mentora da ideologia de gênero, Judith Butler, prepara-se para fazer uma visita
ao Brasil e palestrar em São Paulo no seminário internacional “Os fins da democracia”,
de 7 a 9 de novembro.
Graças a Deus, estamos vendo uma reação
popular a esses ataques generalizados contra o “santuário da vida” que é a
família. As reações são diversas e vêm de todos os lados. O Bispo de Apucarana
(PR), Dom Celso Antônio Marchiori, afirmou que a Rede Globo é “um demônio
dentro de nossas casas” convocou o povo, incluindo os não católicos, a não
assistir mais a essa emissora. Os Bispos do Regional Nordeste I publicaram uma nota de repúdio ao
“escárnio público contra os nossos símbolos mais sagrados [...] e contra
valores fundamentais da vida humana”. Nas redes sociais os internautas se comunicam para divulgar
abaixo-assinados de protestos. Mas não nos enganemos. Nossos maiores inimigos
são legiões de demônios, conforme nos diz São Paulo: “Nosso combate não é
contra o sangue nem contra a carne, mas contra os Principados, contra as
Autoridades, contra os Dominadores deste mundo de trevas, contra os Espíritos
do Mal, que povoam as regiões celestiais” (Ef 6,12). Na defesa da vida e da
família estamos, portanto, em uma batalha espiritual, com inimigos espirituais
e devemos usar sobretudo armas espirituais.
Eis a lição que nos dá a história de
Mons. Philip Reilly, de Nova Iorque, veterano líder pró-vida, fundador dos
Ajudantes dos Preciosos Bebês de Deus (Helpers of God’s Precious Infants).
Durante
trinta anos ele [Mons. Reilly] lutou para parar a maré de morte por todos os
meios possíveis. Bloqueou o acesso às clínicas de aborto, organizou
conferências, tomou parte em manifestações de rua e recusou-se a pagar impostos
como meio de protesto. No entanto, todos os esforços para levantar a
consciência geral sobre o problema pareciam inúteis. Ano após ano a taxa de
abortos aumentava continuamente. Após vinte anos de luta infrutífera, o
resignado Pe. Reilly sentou-se diante do Santíssimo Sacramento e disse a Deus:
“Desisto. Não consigo fazer mais. Afinal, eu tentei tudo”. Então ele ouviu uma
resposta clara: “Por que não tentas rezar? Por que a oração não toma o primeiro
lugar?” Essas palavras tiveram um profundo impacto no padre. Depois de meditar
em todo o assunto, ele decidiu mudar totalmente de abordagem: oração, jejum e
atos de mortificação ocupariam o primeiro lugar. Ele começou a alugar espaço
perto dos abortórios e fazer lá capelas nas quais equipes de duas pessoas se
revezariam a cada hora em perpétua adoração ao Santíssimo Sacramento. Quarenta
e oito pessoas para cada vinte e quatro horas. De pé, na entrada do abortório,
estaria a próxima equipe de duas pessoas. Uma rezaria o terço pela mudança de
coração da mãe, enquanto outra tentaria conversar com aqueles que entravam no
prédio. Quando iniciaram essa campanha pela vida apoiada pela oração, uma única
criança salva era causa de grande alegria. Agora, apenas em Nova Iorque, cerca
de 5000 mulheres escolhem a vida a cada ano. Como resultado, no decorrer de
poucos anos, dezenas de abortórios foram fechados nos EUA. Pe. Reilly afirma
ter perdido o número de crianças salvas em todo o país. Campanhas similares
foram iniciadas em cidades por toda a Europa. Somente em Viena, cerca de 4.500
seres humanos são salvos a cada ano.
A adoração eucarística
na hora da Misericórdia
Em nossa casa de acolhida, na sede do
Pró-Vida de Anápolis, todos os dias às 15 horas, a hora da Misericórdia, as
gestantes vão conosco ao Oratório São José, como é chamada a nossa capela.
Diante do Santíssimo Sacramento exposto, elas rezam primeiro o terço da
misericórdia, em seguida o terço mariano, com os mistérios correspondentes ao
dia da semana. Depois faz-se uma comunhão espiritual. Tudo isso dura
aproximadamente trinta minutos. Ora, uma adoração eucarística de trinta minutos
faz-nos lucrar uma indulgência plenária[1], nas condições de costume[2]. Para isso, antes de fecharmos as portas do sacrário, rezamos um Pai
Nosso e uma Ave Maria nas intenções do Santo Padre.
Aquela meia hora é preciosa. As mães
aprendem a dirigir o terço, familiarizam-se com os mistérios da redenção e
recebem “graça sobre graça” (Jo 1,16). Essa adoração diária tem produzido
frutos visíveis.
Aprendemos – com certo atraso, mas
aprendemos – que a base e a solução de tudo estão na oração. Quando não sabemos
o que fazer, a resposta se encontra no sacrário onde Jesus se esconde sob a
espécie do pão. Sem a oração, tudo é aparência e ilusão. Mas “com Jesus, tudo
pode ser mudado pela força da oração”.
O exemplo dos
apóstolos
Não foi através de nove dias de
oração unânime, perseverante e com Maria (At
1,14) que os discípulos receberam, no décimo dia, o Espírito Santo e
conquistaram o mundo para Cristo? Se quisermos receber os dons espirituais que
nos encorajem para esta batalha pela vida, devemos seguir o exemplo deles. A
oração contínua e com Maria deve ocupar o primeiro lugar.
Pe. Luiz Carlos Lodi da Cruz
Presidente do Pró-Vida de Anápolis.
[1] “Concede-se indulgência parcial ao fiel que visitar o Santíssimo
Sacramento para adorá-lo; se o fizer por meia hora ao menos, a indulgência será
plenária” (Manual das indulgências, concessão n. 3).
[2] Confissão Sacramental, Comunhão Eucarística, desapego a qualquer
pecado, mesmo venial, e oração nas intenções do Santo Padre.
www.providaanapolis.org.br
ACONTECEU NA CHÂMI...
Ainda, na Santa Missa, tivemos a apresentação de um lindo coral das
meninas da S. Marcos. Após tivemos brincadeiras e entretenimentos com as
crianças: cabelo, maquiagem, e outros...
Delicioso almoço seguido de sorvetes, doces, sorteio de brindes,
distribuição de cestas básicas, frangos, panetones e brinquedos para a
alegria da criançada!!! A todos que colaboraram materialmente, pessoalmente com
serviços e intercessão nosso muito obrigado, e um agradecimento especial aos
Srs. Oberlaelson e Estanislau Bianchini cuja contribuição tem sido
fundamental para manutenção desta obra caritativa e de evangelização na Comunidade
Ami!!! Lembrando que "tudo o que fizestes a um dos meus irmãos mais
pequeninos a mim o fizestes" (Mt.25,40)
Luciane
(comunidade âmi)
São José Freinademetz (29 de janeiro)
A Família Arnaldina celebra nesta quinta-feira, 29 de janeiro,
um de seus mais ilustres filhos: São José Freinademetz. O missionário da
Congregação do Verbo Divino nasceu no dia 15 de abril de 1852, na aldeia de
Oites, no Tirol do Sul, na época pertencente à Áustria (atualmente, Alta Badia,
Itália). Seus pais eram camponeses muito pobres, tiveram 13 filhos e formavam
uma família que cultivava os valores cristãos.
Desde pequeno, José já tinha o desejo de ser um missionário. Estudou no seminário diocesano de Bressanone, onde foi ordenado padre em 1875. Depois de trabalhar por três anos em São Martinho, na Alta Badia, obteve a autorização do bispo e pôde ingressar na Sociedade do Verbo Divino, em Steyl, na Holanda. Na Congregação, pôde realizar o sonho de ir evangelizar outros povos.
Em 1879, Santo Arnaldo Janssen enviou os padres José Freinademetz e João Batista de Anzer para a missão da China. Ficaram dois anos em Hong Kong, para estudar a cultura chinesa, e depois foram enviados para a primeira missão católica em Xantungue (ou Shandong) do Sul.
Os dois verbitas encontraram uma comunidade cristã com menos de 200 fiéis numa população total de 9 milhões de habitantes. A evangelização foi, inicialmente, feita por meio de visitas às vilas e contato com as famílias. José chegou cheio de preconceitos contra a cultura local e, depois de alguns anos, passou a amá-la tão profundamente a ponto de afirmar: “Amo a China e os chineses. No céu, quero continuar sendo chinês”.
Depois de se tornar um oriental entre os orientais, o santo ganhou do povo o carinho e o apelido de Fu-Schenfu (Padre Feliz). Com muito esforço, José e João Batista conseguiram construir a igreja, o seminário, o orfanato, a tipografia e a escola.
Em 1898, padre José adoeceu e viajou para Nagasaki, no Japão, onde se tratou de uma tuberculose. Dois anos mais tarde, quando a China viveu a Rebelião dos Boxers, que perseguia os cristãos e a cultura ocidental, padre José permaneceu firme ao lado do povo, rezando e sofrendo com eles.
A China sofreu uma epidemia de tifo, declarada oficialmente em 1905. Ao socorrer as vítimas, também contraiu a doença. Morreu em Taikia, em 28 de janeiro de 1908. Nesse tempo, a diocese já contava com 40 mil adultos convertidos e 150 mil crianças batizadas.
O Papa Paulo VI beatificou o verbita em 1975. Em 2003, juntamente com o fundador da Congregação, Santo Arnaldo Janssen, foi canonizado pelo Papa João Paulo II.
Alessandro Faleiro Marques - www.svdesdeva.com.br
Desde pequeno, José já tinha o desejo de ser um missionário. Estudou no seminário diocesano de Bressanone, onde foi ordenado padre em 1875. Depois de trabalhar por três anos em São Martinho, na Alta Badia, obteve a autorização do bispo e pôde ingressar na Sociedade do Verbo Divino, em Steyl, na Holanda. Na Congregação, pôde realizar o sonho de ir evangelizar outros povos.
Em 1879, Santo Arnaldo Janssen enviou os padres José Freinademetz e João Batista de Anzer para a missão da China. Ficaram dois anos em Hong Kong, para estudar a cultura chinesa, e depois foram enviados para a primeira missão católica em Xantungue (ou Shandong) do Sul.
Os dois verbitas encontraram uma comunidade cristã com menos de 200 fiéis numa população total de 9 milhões de habitantes. A evangelização foi, inicialmente, feita por meio de visitas às vilas e contato com as famílias. José chegou cheio de preconceitos contra a cultura local e, depois de alguns anos, passou a amá-la tão profundamente a ponto de afirmar: “Amo a China e os chineses. No céu, quero continuar sendo chinês”.
Depois de se tornar um oriental entre os orientais, o santo ganhou do povo o carinho e o apelido de Fu-Schenfu (Padre Feliz). Com muito esforço, José e João Batista conseguiram construir a igreja, o seminário, o orfanato, a tipografia e a escola.
Em 1898, padre José adoeceu e viajou para Nagasaki, no Japão, onde se tratou de uma tuberculose. Dois anos mais tarde, quando a China viveu a Rebelião dos Boxers, que perseguia os cristãos e a cultura ocidental, padre José permaneceu firme ao lado do povo, rezando e sofrendo com eles.
A China sofreu uma epidemia de tifo, declarada oficialmente em 1905. Ao socorrer as vítimas, também contraiu a doença. Morreu em Taikia, em 28 de janeiro de 1908. Nesse tempo, a diocese já contava com 40 mil adultos convertidos e 150 mil crianças batizadas.
O Papa Paulo VI beatificou o verbita em 1975. Em 2003, juntamente com o fundador da Congregação, Santo Arnaldo Janssen, foi canonizado pelo Papa João Paulo II.
Alessandro Faleiro Marques - www.svdesdeva.com.br
NOTÍCIAS CURTAS
Em 16/12/2017 ocorreu novamente a liquefação
do sangue de São Januário em Nápoles!
Os ex-pastores Simon Beveridge e
Cameron Macdonald foram ordenados sacerdotes católicos em dezembro, após a
Igreja Episcopal Escocesa ter votado esmagadoramente para permitir que os
casais do mesmo sexo se casassem em sua igreja.
CRISTÃOS, VINDE TODOS (Adeste Fideles)
Cristãos, vinde todos, com alegres cantos.
Oh! Vinde, oh! Vinde até Belém.
Vede nascido, vosso rei eterno.
Oh! Vinde adoremos, Oh! Vinde adoremos,
Oh! Vinde adoremos o salvador!
Humildes pastores deixam seu rebanho
e alegres acorrem ao rei do céu.
Nós, igualmente, cheios de alegria.
O Deus invisível de eterna grandeza,
sob véus de humildade, podemos ver.
Deus pequenino, Deus envolto em faixas!
Nasceu em pobreza, repousando em palhas.
O nosso afeto lhe vamos dar. Tanto amou-nos!
Quem não há de amá-lo?
Assim na vida de Dom Bosco vê-se emergir da sombra, ao lado do
Servo de Deus, a cabeça amável de um cão, a que batizaram com o nome de
Grigio[16] – em piemontês Z’gris, -por causa da cor do pêlo. Animal de raça
toda original, cão desconhecido, sem beleza mas não sem farsa, cão que recusava
abrigo e comida, que dormia quem sabe onde, cão cuja coleira não revelava
nenhum dono, firme nas patas e de presas agressivas contra os bandidos que se
postavam de emboscada na sombra com o punhal no bolso, mas amável como uma
criança com os meninos do Oratório e de olhar bondoso e meigo quando olhava Dom
Bosco.
Como é que este o conhecera? O trecho que ia das últimas casas
habitadas até a de Dom Bosco era um trecho perigoso. Já sabemos que o Oratório
se encontrava em pleno campo, no meio de terrenos baldios onde cá e acolá,
surgia uma casa ou um albergue de péssima categoria. Terreno acidentado,
atravessado pelo Rio Dora, e em que se encontravam a cada passo moitas
espessas, plantações de amoreiras e de acácias. Precisamente por ser um terreno
assim cheio de altos e baixos e com essa vegetação irregular, oferecia aos
malfeitores o mais cômodo esconderijo para esperarem de emboscada as suas
vitimas. Mamãe Margarida mais de uma vez tinha ficado sobressaltada ao ver que
o filho tardava a voltar a casa. Que é que o poderia defender tarde da noite,
naquele trecho tão perigoso? A Divina Providência veio em seu auxílio. Numa
noite de outono, apenas Dom Bosco passara além do manicômio que estava na
extremidade da cidade, apareceu-lhe um molosso, que foi caminhando sempre a seu
lado. O primeiro movimento de Dom Bosco foi dar um passo para trás assustado;
mas depois que percebeu que o animal era muito dado e aceitava as carícias que
lhe fazia, continuou tranqüilamente o caminho. Ao chegar ao Oratório o animal
fez meia volta e partiu com passo tranqüilo. O fato se repetia todas as vezes
que Dom Bosco tinha que voltar tarde para casa sem companhia; o fiel animal
esperava-o numa curva da estrada ou numa encruzilhada solitária e lhe fazia a
mais amável das companhias.
E essa companhia não deixou de ter sua utilidade mais de uma vez.
Uma noite de inverno, Dom Bosco ia voltando para casa muito tarde. Ao passar
pela avenida Regina Margherita, um homem, escondido detrás de uma árvore,
descarregou-lhe a queima-roupa dois tiros de pistola. Felizmente detonou
somente a cápsula. Então o assassino se atirou sobre Dom Bosco, para matá-lo
quem sabe de que maneira. Mas nesse momento ouviu-se um uivo pavoroso e um
animal saltou furiosamente contra o agressor. O celerado mal conseguiu fugir,
enquanto Dom Bosco, voltando a si do susto que levara, acariciava com gratidão
o pêlo do fiel amigo.
Noutra circunstância o bom cão dominou toda uma quadrilha. Dom
Bosco tinha penetrado na alameda deserta, que, acompanhando as últimas casas da
cidade, o conduzia do Mercado de Porta Palazzo à sua habitação. Era noite
adiantada. De repente apontou num canto escuro um indivíduo, que avançou para
ele brandindo um cacete. Dom Bosco, nessa idade, corria ainda muito bem, mas o
agressor o alcançou. Dom Bosco então, passando decididamente para a ofensiva,
como fizera em Moncalieri, aplicou-lhe um formidável soco na boca do estômago,
e o fez cair por terra gritando de dor.
A esse grito, surgiram de todas as moitas vizinhas indivíduos que
estavam de atalaia para aparecer em caso de necessidade. Dom Bosco se viu
perdido; mais alguns segundos e o teriam assassinado… se não fosse o latido do
Grigio que se fez ouvir de repente. Em poucos saltos ei-lo presente. Pôs-se a
girar para lá e para cá em redor de Dom Bosco uivando de modo terrível,
mostrando uns dentes que faziam arrepiar. E os malfeitores, um a um, se
dispersaram nos campos vizinhos. Curioso esse animal, cujo procedimento variava
conforme as circunstâncias. Uma tarde, em vez de escoltá-lo na forma
costumeira, impediu decididamente que Dom Bosco saísse de casa. Estendeu-se na
soleira. da porta e não houve o que pudesse obrigá-lo a sair. Foi a primeira
vez que mostrou os dentes para o seu dono; e viu-se que, se fosse preciso,
tê-lo-ia empurrado com toda a força do peito para dentro de casa. Antes de
chegar a esse extremo, contentava-se de rosnar com os dentes bem cerrados. “Se
não quer ouvir a mim, atenda ao menos a esse animal que está demonstrando mais
juízo do que você” disse Margarida ao filho. Dom Bosco atendeu. E foi bom,
porque de aí a menos de um quarto de hora chegou um vizinho dizendo que não se
afastasse de casa de maneira alguma, porque tinha surpreendido uma conversa na
qual se falava evidentemente de um atentado que lhe estavam preparando.
LIVRO “DOM BOSCO”, Pe. A.
Auffray SDB, 4a. Edição, Editorial Dom Bosco, São Paulo, 1946.
Nossa
Senhora Auxiliadora e a Eucaristia
O sonho de Dom Bosco sobre Nossa Senhora Auxiliadora e a
Eucaristia.
São João Bosco teve
muitos sonhos proféticos, dos quais o principal diz respeito a Nossa Senhora Auxiliadora e
a Eucaristia. Este sonho profético diz respeito não somente a Virgem Maria e o
Sacramento da Eucaristia, mas à toda a Igreja. De forma simbólica, Dom Bosco visualiza
os tempos difíceis que estariam por vir, as perseguições contra a Igreja. Mas,
ao Santo também é revelado qual será o porto seguro para a Igreja nestes tempos
de mar agitado, revolto, tempestuoso. Depois de revelar qual o porto seguro
para a nau da Igreja em meio às tempestades, Dom Bosco também profetiza em
seu sonho, de forma simbólica, o futuro da Igreja depois destes tempos
difíceis.
No principal sonho profético Dom Bosco, ele visualizou a barca
da Igreja sendo agitada pelo mar impetuoso do mundo: “O vento lhes era
desfavorável e o mar agitado parecia favorecer os inimigos. No meio da imensa
extensão do mar elevavam-se acima das ondas duas robustas colunas, altíssimas,
pouco distantes uma da outra. Sobre uma delas havia a estátua da Virgem Imaculada,
em cujos pés pendia um longo cartaz com esta inscrição: AuxiliumChristianorum (Auxílio
dos Cristãos). Sobre a outra, que era muito mais alta e mais grossa, havia uma
Hóstia de grandeza proporcional à coluna, e debaixo um outro cartaz com as
palavras: Salus Credentium (Salvação dos que creem)”.
O Pontífice Romano é o comandante supremo da nau, que é a
Igreja. As embarcações dos inimigos são as perseguições contra a Igreja, que é
atacada violentamente. Continuando o sonho, em meio aos ataques do inimigo, o
Santo Padre é ferido gravemente e cai, mas é ajudado pelos que estão próximos e
o levantam. Entretanto, o Papa é atacado pela segunda vez, cai novamente e
morre. Os inimigos ainda comemoravam a vitória quando é eleito um novo
Pontífice. Sem que os inimigos esperassem, “o novo Papa dispersa e supera todos
os obstáculos e guia o navio até as duas colunas. Chegando junto a elas, o ata
com uma corrente que pendia da proa a uma âncora da coluna sobre a qual estava
a Hóstia; e com uma outra corrente que pendia da popa o ata a uma outra âncora,
que pendia da coluna sobre a qual estava colocada a Virgem Imaculada”.
SANTA FAUSTINA DURANTE UMA
MISSA DE NATAL
Quando vim para a Missa do Galo, já no começo da santa Missa, mergulhei
toda em profundo recolhimento e vi a gruta de Belém repleta de muita luz. A
Virgem Santíssima envolvia Jesus em faixas, inteiramente absorta em grande
amor, mas São José ainda dormia. Foi somente quando a Mãe de Deus acomodou
Jesus na manjedoura que a claridade de Deus acordou São José que também se pôs
a rezar. Porém, em seguida, fiquei a sós com o Menino Jesus que estendia para
mim os Seus bracinhos, e compreendi que era para eu tomá-Lo em meus braços.
Jesus recostou a Sua cabecinha em meu coração e com o Seu profundo olhar me deu
a conhecer que estava sentindo-se bem junto ao meu coração. Nesse instante,
desapareceu Jesus e ouvi a sineta para a santa Comunhão:a minha alma desfalecia
de alegria.
No entanto, no final da santa Missa sentia-me tão fraca que tive que
sair da capela e ir para a cela — já não pude participar do chá em comum. Mas a
minha alegria foi grande durante todo o Natal, porque a minha alma estava
incessantemente unida com o Senhor. Conheci que cada alma gostaria de ter os
consolos divinos, mas que, de forma alguma, quer renunciar aos consolos
humanos. Acontece, porém, que essas duas coisas não podem ser conciliadas.
(Diário de Santa Faustina, 1441-1443)
Aparição de Nossa Senhora Auxílio dos Cristãos em Filippsdorf, República Checa
A agraciada pela aparição mariana foi Magdalene Kade, que sofria de diversas e graves enfermidades. Era órfã e vivia com o irmão, a cunhada e 5 sobrinhos.
Com 31 anos, estando acamada e sem conseguir falar devido à extrema fraqueza, a enferma contemplava desde às duas da madrugada a imagem de Nossa Senhora das Dores na parede oposta à cama. Era o dia 13 de janeiro de 1866. Às quatro da madrugada, subitamente chama a amiga que a assistia e diz emocionada: "Olha para aquele brilho! Olhe para aquela beleza". A amiga olhou, mas não viu nada. Madalena era a única privilegiada a ver o esplendor de uma dama vestida de branco, com uma tiara de ouro no cabelo, perto da cama. Magdalena tremia e sabia que tinha recebido uma visita da Santíssima Virgem Maria! A Senhora moveu seus lábios suavemente e disse: "Minha filha, agora você está curada!" E desapareceu. Kade se levanta rapidamente: estava completamente curada!
Dom Augustin Pavel Wahala, bispo de Litomen, instituiu uma comissão para estudar o fenômeno. Foi constatado que era de origem sobrenatural.
São relatadas diversas curas milagrosas e graças ocorridas pela intercessão de NossaSenhora de Philippsdorf, inclusive de uma criança que teria que amputar suas pernas e foi salva deste suplício e posteriormente se tornou missionário da Congregação do Verbo Divino na Holanda.
No período entre 1870 e 1885, uma igreja neo-românica foi construída. Magdalene vendeu todos seus pertences para ajudar na construção do santuário. Foi elevada a basílica menor pelo Papa Leão XIII, que a consagrou oficialmente e dedicou a Maria, “Auxílio dos Cristãos”.
Magdalene Kade morreu em 10 de dezembro de 1905 com 70 anos.
Fonte: www.miraclehunter.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário