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sexta-feira, 9 de março de 2018

Informativo ami 03/2017

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PALAVRA DE DEUS (Is. 52,13-53,12)

13.Eis que meu Servo prosperará, crescerá, elevar-se-á, será exaltado.
14.Assim como, à sua vista, muitos ficaram embaraçados - tão desfigurado estava que havia perdido a aparência humana -,
15.assim o admirarão muitos povos: os reis permanecerão mudos diante dele, porque verão o que nunca lhes tinha sido contado, e observarão um prodígio inaudito.
1.Quem poderia acreditar nisso que ouvimos? A quem foi revelado o braço do Senhor?
2.Cresceu diante dele como um pobre rebento enraizado numa terra árida; não tinha graça nem beleza para atrair nossos olhares, e seu aspecto não podia seduzir-nos.
3.Era desprezado, era a escória da humanidade, homem das dores, experimentado nos sofrimentos; como aqueles, diante dos quais se cobre o rosto, era amaldiçoado e não fazíamos caso dele.
4.Em verdade, ele tomou sobre si nossas enfermidades, e carregou os nossos sofrimentos: e nós o reputávamos como um castigado, ferido por Deus e humilhado.
5.Mas ele foi castigado por nossos crimes, e esmagado por nossas iniqüidades; o castigo que nos salva pesou sobre ele; fomos curados graças às suas chagas.
6.Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas, seguíamos cada qual nosso caminho; o Senhor fazia recair sobre ele o castigo das faltas de todos nós.
7.Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. (Ele não abriu a boca.)
8.Por um iníquo julgamento foi arrebatado. Quem pensou em defender sua causa, quando foi suprimido da terra dos vivos, morto pelo pecado de meu povo?
9.Foi-lhe dada sepultura ao lado de fascínoras e ao morrer achava-se entre malfeitores, se bem que não haja cometido injustiça alguma, e em sua boca nunca tenha havido mentira.
10.Mas aprouve ao Senhor esmagá-lo pelo sofrimento; se ele oferecer sua vida em sacrifício expiatório, terá uma posteridade duradoura, prolongará seus dias, e a vontade do Senhor será por ele realizada.
11.Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniqüidades.
12.Eis por que lhe darei parte com os grandes, e ele dividirá a presa com os poderosos: porque ele próprio deu sua vida, e deixou-se colocar entre os criminosos, tomando sobre si os pecados de muitos homens, e intercedendo pelos culpados.
Bíblia Ave-Maria

Após suportar em sua pessoa os tormentos, alegrar-se-á de conhecê-lo até o enlevo. O Justo, meu Servo, justificará muitos homens, e tomará sobre si suas iniqüidades.
Tomou sobre si nossos pecados. Doou toda sua vida por nós. De sua parte fez tudo o que podia para merecer-nos a todos o céu que nenhum de nós merece!
Da nossa parte compete-nos aceitarmos Jesus, doarmos nossas vidas a Ele e assim escaparmos do inferno (isto sim, podemos merecer) e sermos menos indignos do Paraíso eterno que supera toda imaginação humana!
FELIZ PÁSCOA! Jesus ressuscitou, aleluia!


ERRATA: NO NÚMERO ANTERIOR, LEIA-SE APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA DE “CASTELPETROSO” AO INVÉS DE CASTLEPETROSO

EXULTET!
Exulte o céu e os anjos triunfantes,/ mensageiros de Deus, desçam cantando;/ Façam soar trombetas fulgurantes,/ a vitória de um Rei anunciado.

Alegre-se também a terra amiga,/ que em meio de tantas luzes resplandece;/ E, vendo dicipar-se a treva antiga,/ ao sol do eterno Rei brilha e se aquece.

Que a mãe Igreja alegre-se igualmente,/ erguendo as velas desse fogo novo,/ E escutem reboando derepente,/ o aleluia cantado pelo povo.

O Senhor esteja conosco!

Ele está no meio de nós!

Corações ao alto!

O nosso coração está em Deus!

Demos graças ao Senhor nosso Deus!

É nosso dever e nossa salvação!

Sim, verdadeiramente é bom e justo/ cantar ao Pai de todo o coração./ E celebrar seu Filho Jesus Cristo,/ tornado para nós um novo Adão.

Foi ele quem apagou do outro a culpa,/ Quando por nós à morte se entregou;/ Para pagar o antigo documento,/ na cruz todo o seu sangue derramou.

Ó NOITE DE ALEGRIA VERDADEIRA,/ QUE UNE DE NOVO O CÉU E A TERRA INTEIRA!

Pois, eis, agora a Páscoa, nossa festa,/ em que o real Cordeiro se imolou./ Marcando nossas portas, nossas almas,/ com seu divino sangue nos salvou.

Esta é Senhor, a noite em que do Egito/ restiraste os filhos de Israel,/ Transpondo o Mar Vermelho a pé enxuto,/ rumo a terra onde corre leite e mel.

Ó NOITE DE ALEGRIA VERDADEIRA,/ QUE UNE DE NOVO O CÉU E A TERRA INTEIRA!

Ó noite em que a coluna luminosa/ as trevas do pecado dissipou,/ E aos que creêm no Cristo em toda a terra,/ em novo povo eleito congregou!

Ó noite em que Jesus rompeu o inferno,/ ao ressurgir da morte vencedor;/ De que nos valeria ter nascido,/ Se não nos resgatasse em seu amor?

Ó NOITE DE ALEGRIA VERDADEIRA,/ QUE UNE DE NOVO O CÉU E A TERRA INTEIRA!

Ó Deus, quão estupenda caridade/ Vemos no vosso gesto fulgurar:/ Não hesitais em dar o próprio Filho/ Para da culpa dos servos resgatar.

Ó pecado de Adão, indispensável,/ Pois o Cristo o dissolve em seu amor;/ Ó culpa tão feliz que há merecido/
A graça de tão grande Redentor.

Ó NOITE DE ALEGRIA VERDADEIRA,/ QUE UNE DE NOVO O CÉU E A TERRA INTEIRA!

Pois esta noite lava todo o crime,/ Liberta o pecador de todos os seus grilhões,/ Dissipa o ódio e dobra os poderosos,/ Enche de paz e luz os corações.

Ó noite de alegria verdadeira/ que prosta o faraó, e ergue os hebreus,/ Que une de novo o céu e a terra inteira,/ Pondo na treva humana a luz de Deus.

Ó NOITE DE ALEGRIA VERDADEIRA,/ QUE UNE DE NOVO O CÉU E A TERRA INTEIRA!

Na graça desta noite o vosso povo/ Acendeu de um sacrifício de louvor;/ Acolhei, ó Pai santo, o fogo novo:/ Não perde-se ao dividir o seu fulgor.

A cera virgem da abelha generosa/ Ao Cristo ressurgido trouxe a luz./ eis de novo a coluna luminosa,/ Que o vosso povo para o céu conduz.

Ó noite de alegria verdadeira...

o Círio que acendeu as nossas velas/ Possa esta noite fulgurar;/ Misture sua luz à das estrelas,/ Cintile quando o dia dispontar.

Que ele possa agradar-vos como o Filho,/ Que triunfou da morte e vence o mal./ Deus que acende no seu brilho,/ E um dia voltará sol triunfal!

Ó noite de alegria... (2x)


ONDE ESTÁ DEUS? DISCURSO DE FRANCISCO NA JMJ 2016


«Tive fome e destes-me de comer, tive sede e destes-me de beber, era peregrino e recolhestes-me, estava nu e destes-me que vestir, adoeci e visitastes-me, estive na prisão e fostes ter comigo» (Mt 25, 35-36). Estas palavras de Jesus vêm ao encontro da questão que muitas vezes ressoa na nossa mente e no nosso coração: «Onde está Deus?» Onde está Deus, se no mundo existe o mal, se há pessoas famintas, sedentas, sem abrigo, deslocadas, refugiadas? Onde está Deus, quando morrem pessoas inocentes por causa da violência, do terrorismo, das guerras? Onde está Deus, quando doenças cruéis rompem laços de vida e de afeto? Ou quando as crianças são exploradas, humilhadas, e sofrem – elas também – por causa de graves patologias? Onde está Deus, quando vemos a inquietação dos duvidosos e dos aflitos na alma? Há perguntas para as quais não existem respostas humanas. Podemos apenas olhar para Jesus, e perguntar a Ele. E a sua resposta é esta: «Deus está neles», Jesus está neles, sofre neles, profundamente identificado com cada um. Está tão unido a eles, que quase formam «um só corpo». Foi o próprio Jesus que escolheu identificar-Se com estes nossos irmãos e irmãs provados pelo sofrimento e a angústia, aceitando percorrer o caminho doloroso para o calvário. Ao morrer na cruz, entrega-Se nas mãos do Pai e leva consigo e em Si mesmo, com amor de doação, as chagas físicas, morais e espirituais da humanidade inteira. Abraçando o madeiro da cruz, Jesus abraça a nudez e a fome, a sede e a solidão, a dor e a morte dos homens e mulheres de todos os tempos. Nesta noite, Jesus e nós, juntamente com Ele, abraçamos com amor especial os nossos irmãos sírios, que fugiram da guerra. Saudamo-los e acolhemo-los com fraterno afeto e simpatia. Repassando a Via-Sacra de Jesus, descobrimos de novo a importância de nos configurarmos a Ele, através das 14 obras de misericórdia. Estas ajudam-nos a abrir-nos à misericórdia de Deus, a pedir a graça de compreender que a pessoa, sem misericórdia, não pode fazer nada; sem a misericórdia, eu, tu, nós todos não podemos fazer nada. Comecemos por ver as sete obras de misericórdia corporais: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, visitar os enfermos; visitar os presos; enterrar os mortos. Gratuitamente recebemos, demos gratuitamente também. Somos chamados a servir Jesus crucificado em cada pessoa marginalizada, a tocar a sua carne bendita em quem é excluído, tem fome, tem sede, está nu, preso, doente, desempregado, é perseguido, refugiado, migrante. Naquela carne bendita, encontramos o nosso Deus; naquela carne bendita, tocamos o Senhor. O próprio Jesus no-lo disse, ao explicar o «Protocolo» com base no qual seremos julgados: sempre que fizermos isto a um dos nossos irmãos mais pequeninos, fazemo-lo a Ele (cf. Mt 25, 31-46). Às obras de misericórdia corporais seguem-se as obras de misericórdia espirituais: dar bons conselhos, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, suportar com paciência as fraquezas do nosso próximo, rezar a Deus por vivos e defuntos. A nossa credibilidade de cristãos é posta em jogo no acolhimento da pessoa marginalizada que está ferida no corpo, e no acolhimento do pecador que está ferido na alma. A nossa credibilidade de cristãos é posta em jogo no acolhimento da pessoa marginalizada que está ferida no corpo, e no acolhimento do pecador que está ferido na alma. Não nas ideias, mas nisto! Hoje a humanidade precisa de homens e mulheres, particularmente jovens como vós, que não queiram viver a sua existência «a metade», jovens prontos a gastar a vida no serviço gratuito aos irmãos mais pobres e mais vulneráveis, à imitação de Cristo que Se doou totalmente a Si mesmo pela nossa salvação. Perante o mal, o sofrimento, o pecado, a única resposta possível para o discípulo de Jesus é o dom de si mesmo, até da própria vida, à imitação de Cristo; é a atitude do serviço. Se alguém, que se diz cristão, não vive para servir, não serve para viver. Com a sua vida, renega Jesus Cristo. Nesta noite, queridos jovens, o Senhor renova-vos o convite para vos tornardes protagonistas no serviço; Ele quer fazer de vós uma resposta concreta às necessidades e sofrimentos da humanidade; quer que sejais um sinal do seu amor misericordioso para o nosso tempo! Para cumprir esta missão, Ele aponta-vos o caminho do compromisso pessoal e do sacrifício de vós próprios: é o Caminho da cruz. O Caminho da cruz é o caminho da felicidade de seguir a Cristo até ao fim, nas circunstâncias frequentemente dramáticas da vida diária; é o caminho que não teme insucessos, marginalizações ou solidões, porque enche o coração do homem com a plenitude de Jesus. O Caminho da cruz é o caminho da vida e do estilo de Deus, que Jesus nos leva a percorrer mesmo através das sendas duma sociedade por vezes dividida, injusta e corrupta. O Caminho da cruz não é um hábito sadomasoquista; o Caminho da cruz é o único que vence o pecado, o mal e a morte, porque desemboca na luz radiosa da ressurreição de Cristo, abrindo os horizontes da vida nova e plena. É o Caminho da esperança e do futuro. Quem o percorre com generosidade e fé, dá esperança ao futuro e à humanidade. Quem o percorre com generosidade e fé, semeia esperança. E eu quero que vós sejais semeadores de esperança. Naquela Sexta-feira Santa, queridos jovens, muitos discípulos voltaram tristes para suas casas, outros preferiram ir para a casa da aldeia a fim de esquecer um pouco a cruz. Pergunto-vos – mas cada um de vós responda em silêncio, no vosso coração, no próprio coração –: Nesta noite, como quereis tornar às vossas casas, aos vossos locais de alojamento, às vossas tendas? Nesta noite, como quereis voltar a encontrar-vos com vós mesmos? O mundo tem os olhos postos em nós. Cabe a cada um de vós dar resposta ao desafio desta pergunta.
XXXI JORNADA MUNDIAL DA JUVENTUDE – CRACÓVIA (9/7/2016) Fonte: www.vatican.va





MEDJUGORJE
2/4/2017 (Mirjana Drajicevic) "Queridos filhos,
Apóstolos do meu amor, depende de vocês difundir o amor de meu Filho a todos aqueles que não O tem conhecido. Vocês, pequenas luzes do mundo as quais eu, com amor maternal, ensino a brilhar com uma luz plena. A oração ajudará a vocês, porque a oração salvará o mundo. Por isso, filhos meus, rezem com  as  palavras, com sentimento, com um amor misericordioso e com o sacrifício. Meu Filho tem mostrado a vocês o camino; Ele, que se  encarnou e que fez de mim o primeiro cálice; Ele, que com seu supremo Sacrificio mostrou a vocês como  amar. Por isso ,filhos  meus, não tenham medo de dizer a verdade.  Não tenham  medo de mudar a vocês  mesmos  e ao mundo difundindo o amor, fazendo de modo que se conheça e ame a meu Filho, amando aos outros nEle. Eu, como Mãe, estou sempre com vocês. Rezo a meu Filho para que vos ajude, para que em  sua vida reine o amor: o amor que vive, o amor que atrai, o amor que dá a vida. Eu ensino a vocês a terem um amor assim, um amor puro. Depende de vocês, apóstolos meus, reconhece-lo, vive-lo e difundi-lo. Rezem com sentimento pelos vossos pastores, para que com  amor possam testemunhar  a meu Filho. Obrigada."
25/3/2017 (Marija Pavlovic) "Queridos filhos!
Neste tempo de graça, eu estou chamando todos vocês para abrirem seus corações à misericórdia de Deus, para começarem uma nova vida através da oração, da penitência e de uma decisão pela santidade. Este tempo da primavera (na Europa está iniciando a primavera) leva vocês a uma nova vida, a uma renovação, em seus pensamentos e corações. Portanto, filhinhos, eu estou com vocês para ajudá-los a dizerem 'sim' a Deus e aos mandamentos de Deus com determinação. Vocês não estão sozinhos; Eu estou com vocês pela graça que o Altíssimo me dá para vocês e seus descendentes.
Obrigada por terem respondido ao meu chamado."

18/3/2017 (Mirjana) "Queridos filhos,
O meu desejo maternal é que os seus corações se encham de paz e suas almas sejam puras para, na presença do meu Filho, verem o seu Rosto. Porque, meus filhos, eu como Mãe sei: sei que vocês estão sedentos de consolo, esperança e proteção. Vocês, meus filhos, consciente ou inconscientemente, estão buscando ao Meu Filho. Também eu, quando vivia este tempo terreno, eu me alegrava, sofria e com paciência suportava a dor até que meu Filho, em toda sua glória o suprimiu; por isso eu digo ao meu Filho: "ajudai-os sempre." Vocês, meus filhos, com um amor sincero, iluminem as trevas do egoísmo que envolve cada vez mais aos meus filhos. Sejam generosos e que as suas mãos e seus corações estejam sempre abertos. Não tenham medo, abandonem-se ao meu Filho com confiança e esperança. Olhem para Ele; viver a vida com amor significa doar-se, suportar e nunca julgar. Amar significa viver as palavras de meu Filho. Meus filhos, como Mãe eu digo a vocês que somente o amor sincero leva à felicidade eterna. Obrigada."
2/3/2017 (Mirjana) "Queridos filhos!
Com amor maternal venho para ajudá-los para que tenham mais 
amor, o que significa mais fé. Venho para ajudá-los a viverem com amor as palavras de meu Filho, para que o mundo seja diferente. Portanto, apóstolos do meu amor, Eu os reúno em torno de mim. Olhem para mim com o coração, falem comigo como a uma Mãe, de suas dores, sofrimentos e alegrias. Peçam-me para eu orar a meu Filho por vocês. Meu Filho é misericordioso e justo. Meu coração maternal também deseja que vocês sejam assim. Meu coração maternal quer que vocês, apóstolos do meu amor, falem com sua vida do meu Filho e de mim a todos os que estão ao seu redor, para que o mundo seja diferente, para que voltem à simplicidade e à pureza, para retornarem à fé e à esperança. Portanto, meus filhos, rezem, rezem, rezem com o coração, rezem com amor, rezem com boas obras, rezem para que todos conheçam o meu Filho, para que o mundo mude, para que o mundo se salve. Vivam com amor as palavras do meu Filho. Não julguem, mas amem-se uns aos outros, para que o meu Coração possa triunfar.
Obrigada".
Nota: A Igreja ainda não se pronunciou definitivamente a respeito da veracidade das aparições de Medjugorje.

 

 

Beata Elena Guerra



Nasceu em Lucca (Itália) em 23-6-1835. Depois de uma longa doença (1857 – 1864), durante a qual amadureceu nela o sentido apostólico com a leitura e o estudo da Bíblia e da literatura patrística, dedicou-se ao apostolado feminino entre as jovens, para as quais criou a Pia União das Amizades Espirituais. Mais tarde tomou a direção do primenro núcleo citadino das Filhas de Maria.
Duas datas são determinantes para a sua orientação espiritual: abril de 1870, quando fez uma peregrinação pascal a Roma a assistiu à 3ª sessão pública do Concílio Vaticano I, e junho do mesmo ano, quando se ofereceu vítima por Pio IX.
Em 1872, com um grupo de poucas companheiras, dá início a uma escola feminina privada em Lucca, semente da qual se desdobrará em seguida (1882) uma nova congregação, inicialmente denominada Filhas de Sta. Zita, que depois do encontro de Elena com Leão XIII (18-10-1897) se chamará “Oblatas do Espírito Santo”, dedicadas á educação da juventude feminina, mas sobretudo à propagação da devoção ao Espírito Santo. Em 1886, Helena tem a primeira intuição da sua vocação na igreja: solicitar a Leão XIII que se faça promotor de “retorno ao Espírito Santo”, em vista de uma renovação da igreja e da unificação de todos os cristãos (ecumenismo espiritual).
Assistida por Mons. Vólpi, consegue fazer chegar a Leão XIII 10 cartas. Fruto dessas cartas são tres documentos de Leão XIII entre os quais a conhecida encíclica Divinum illud munus (9-5-1897), sobre a vida segundo o Espírito. Elena também foi escritora fecundade ascese. São cerca de 70 os seus opúsculos devocionais, especialmente dedicados à devoção ao Espírito Santo. Essa grande lutadora enfim descansou no Senhor em 14-4-1914. A sua congregação lhe sobreviveu, contando, em 1983, com 230 membros. Foi beatificada por João XXIII em 1959.


NOTÍCIAS CURTAS
- Novos santos brasileiros. Os padres André de Soveral e Ambrósio Francisco Ferro, Mateus Moreira e outros 27 compnheiros leigos, martirizados no Rio Grande do Norte em 1645 durante a ocupação dos calvinistas holandeses, deverão ser canonizados no Vaticano em data a ser marcada.
- Francisco e Jacinta Marto, que viram Nossa Senhora de Fátima também deverão ser canonizados. A cura de um menino brasileiro através da intercessão deles é o milagre que permitirá a canonização.
- No próximo dia 16 de abril Bento XVI completará 90 anos de nascimento.
- D. Antônio Augusto Dias Duarte, bispo auxiliar do Rio de Janeiro, em seu artigo “Custos, quid de nocte”, publicado no site da Arquidiocese do Rio convoca católicos a erguer a voz contra ideologia de gênero e aborto no Brasil



PARA REFLETIR SOBRE A CF “BIOMAS E DEFESA DA VIDA”, UM DISCURSO DE BENTO XVI (22/12/2008)
Dado que a fé no Criador é uma parte essencial do Credo cristão, a Igreja não pode e não deve limitar-se a transmitir aos seus fiéis apenas a mensagem da salvação. Ela tem uma responsabilidade pela criação e deve fazer valer esta responsabilidade também em público. E fazendo isto deve defender não só a terra, a água e o ar como dons da criação que pertencem a todos. Deve proteger também o homem contra a destruição de si mesmo. É necessário que haja algo como uma ecologia do homem, entendida no sentido justo. Não é uma metafísica superada, se a Igreja falar da natureza do ser humano como homem e mulher e pedir que esta ordem da criação seja respeitada. Trata-se aqui do facto da fé no Criador e da escuta da linguagem da criação, cujo desprezo seria uma autodestruição do homem e portanto uma destruição da própria obra de Deus. O que com frequência é expresso e entendido com a palavra "gender" [gênero] resulta-se em definitivo na auto-emancipação do homem da criação e do Criador. O homem pretende fazer-se sozinho e dispor sempre e exclusivamente sozinho o que lhe diz respeito. Mas desta forma vive contra a verdade, vive contra o Espírito criador. As florestas tropicais merecem, sim, a nossa protecção, mas não a merece menos o homem como criatura, na qual está inscrita uma mensagem que não significa contradição da nossa liberdade, mas a sua condição. Grandes teólogos da Escolástica qualificaram o matrimónio, ou seja, o vínculo para toda a vida entre homem e mulher, como sacramento da criação, que o próprio Criador instituiu e que Cristo sem modificar a mensagem da criação depois acolheu na história da salvação como sacramento da nova aliança. Pertence ao anúncio que a Igreja deve levar o testemunho a favor do Espírito criador presente na natureza no seu conjunto e de modo especial na natureza do homem, criado à imagem de Deus. Partindo desta perspectiva seria necessário voltar a ler a Encíclica Humanae vitae: a intenção do Papa Paulo VI era defender o amor contra a sexualidade como consumo, o futuro contra a pretensão exclusiva do presente e a natureza do homem contra a sua manipulação.
Trecho do discurso à cúria romana em 22/12/2008. Para ver o discurso na íntegra acesse: http://w2.vatican.va/content/benedict-xvi/pt/speeches/2008/december/documents/hf_ben-xvi_spe_20081222_curia-romana.html


TESTEMUNHOS DOS ATORES DO FILME “A PAIXÃO DE CRISTO” DE MEL GIBSON
PIETRO SARUBBI
Pietro Sarubbi (Barrabás) procurava preencher seu vazio espiritual. Ele passou pelo Mosteiro de Shaolin, na China, para formar-se nas artes marciais. Mas o que ele buscava não estava lá. Então, percorreu o Tibete, aferrado a um voto pessoal de silêncio durante 6 meses, na tentativa de alcançar a iluminação budista. Mas sua angústia existencial continuava, inamovível, apesar dos seus esforços. Praticou meditação na Índia quase até o esgotamento total.
Finalmente, seu encontro pessoal com Cristo se deu ao interpretar Barrabás, na cena em que Jesus olha para ele: “Ele me olhou, mas naquele momento não estava somente outro ator, com olhar humano, mas estava realmente Jesus Cristo que me olhava através (do olhar) de outra pessoa. Já ganhei muitos prêmios na vida, mas o maior presente foi ‘ganhar’ aquele olhar que mudou minha vida (…) Eu nasci outra vez!”
 “Barrabás é o homem que Jesus salvou da crucificação. Ele representa toda a humanidade”. (cf. sites aleteia, canção nova, portaluz)

LUCA LIONELLO
Também Luca Lionello (Judas Iscariotes), que era ateu no início da produção do filme, se converteu no decorrer das filmagens (cf. blog padre Paulo Ricardo).

JIM CAVIEZEL
Jim Caviezel, que interpretou Jesus Cristo, revelou que comungava todos os dias antes das gravações. As filmagens propriamente ditas constituíam uma verdadeira batalha espiritual. Foi atingido por um raio; uma flagelação acertada acidentalmente provocou uma ferida de 35 cm em suas costas; deslocou o ombro ao encenar a subida do calvário e sofreu de hipotermia (ele mesmo foi levantado na cruz) e pneumonia durante a produção. (cf. sites padrepauloricardo e elpirata)

Grande parte do filme foi inspirada no livro “VIDA, PAIXÃO E GLORIFICAÇÃO DO CORDEIRO DE DEUS” da beata Anna Catarina Emmerich.
 


BEATA ANA CATARINA EMMERICK (1774-1824)


Ana Catarina Emmerick nasceu no dia 8 de Setembro de 1774, na comunidade de camponeses de Flamschen (Alemanha).
Desde a mais tenra infância sentiu-se atraída de modo particular pela oração e pela vida religiosa. Deste modo, ainda adolescente expressou o desejo de entrar num mosteiro, a fim de viver exclusivamente para o Senhor. Em 1802 entrou na comunidade de Agnetenberg e, já no ano seguinte, pronunciou os votos. Por causa da sua origem pobre, no início era pouco considerada pelas outras religiosas do mosteiro, mas Ana suportava tudo em silêncio.
Em 1811, em virtude do movimento de secularização, o seu mosteiro foi suprimido. Ana abandonou a comunidade e foi recebida como empregada doméstica na casa de um sacerdote francês. Nesse período, recebeu os estigmas, que lhe provocavam dores atrozes.
Uma característica especial da sua vida foi o amor pelas pessoas. Interessava-se sempre pelas necessidades das pessoas que a visitavam, encorajando-as e confortando-as nas dificuldades. De todas as personalidades que a visitaram nesses anos, de particular significado foi o encontro com Clemens Brentano que de 1818 a 1823 visitou a religiosa quotidianamente para descrever as suas visões, que depois publicou.
No Verão de 1823, a religiosa debilitou-se ainda mais, mas uniu as suas dores ao sofrimento de Jesus, oferecendo-as pela redenção de toda a humanidade. Ana Catarina faleceu no dia 9 de Fevereiro de 1824 e ainda hoje continua a indicar-nos o centro da nossa fé cristã, o segredo da Cruz.
A vida desta religiosa distinguiu-se por uma profunda união com Jesus Cristo. De facto, ela participou tão intimamente nas dores de nosso Senhor, que não é exagerado dizer que viveu, sofreu e morreu por Ele.
Além disso, nutriu sempre uma profunda e sincera devoção por Maria, que pode ser resumida nesta frase, por ela recitada em forma de oração: "Ó, meu Deus, permiti-nos servir a obra da Redenção, seguindo o modelo da fé e do amor de Maria".
Fonte: www.vatican.va



TRECHOS DO LIVRO “VIDA, PAIXÃO E GLORIFICAÇÃO DO CORDEIRO DE DEUS” (BEATA ANNA CATHARINA EMMERICH)

5ª FEIRA-SANTA
13 DE NISSAN OU 29 DE MARÇO; Jesus na idade de 33 anos, 18 semanas menos um dia.

“A ÚLTIMA CEIA” de Tintoretto
  Desde os antigos tempos reinava o costume de partir o pão e beber do mesmo cálice no fim do banquete; era sinal de fraternidade e amor, usado por ocasião de boa vinda e despedida. Creio que há alguma coisa a este respeito também na Escritura Sagrada. Jesus, porém, elevou esse uso à dignidade do Santíssimo Sacramento. Até então tinha sido somente um rito simbólico e figurativo. Pela traição de Judas foi levado ao tribunal também a acusação de ter Jesus juntado alguma coisa nova às cerimônias da Páscoa; Nicodemos, porém, provou com trechos da Escritura Sagrada, que esse uso de despedida era muito antigo. 
         O lugar de Jesus era entre Pedro e João. As portas estavam fechadas; tudo se fez com solenidade misteriosa. Depois de se haver tirado do cálice o invólucro e levado à parte separada da sala, rezou Jesus, falando num tom solene. Vi que lhes explicava todas as santas cerimônias da última ceia; era como se um sacerdote ensinasse aos outros a santa Missa. 
         (...)
         Durante esse santo ato tornou-se Jesus cada vez mais afetuoso; disse-lhes que agora queria dar-lhes tudo que tinha: sua própria pessoa. Era com se derramasse sobre eles todo o seu amor e vi-O tornar-se transparente; parecia uma sombra luminosa. 
         Orando com esse amor, partiu o pão nas partes marcadas, as quais amontoou sobre a patena, em forma de pirâmide. Do primeiro bocado quebrou um pedacinho com a ponta dos dedos e deixou-o cair no cálice.  
         No momento em que o fez, tive a impressão de que a SS. Virgem recebeu o Santo Sacramento espiritualmente, apesar de não estar ali presente. Não sei agora como o vi; mas pensei vê-la entrar pela porta, sem tocar no chão aproximar-se de Jesus, do lado desocupado da mesa e receber o santo Sacramento em frente d’Ele; depois não a vi mais. Jesus dissera-lhe de manhã, em Betânia, que celebraria a Páscoa junto com ela, marcando-lhe a hora em que, recolhida em oração, devia recebê-la espiritualmente. 
         O Senhor rezou ainda e ensinou; todas as palavras lhe saíram da boca como fogo e luz e entraram nos Apóstolos, com exceção de Judas. Depois tomou a patena com os bocados de pão (...) e disse: “Tomai e comei, isto é o meu corpo, que será entregue por vós”. Nisso estendeu a mão direita como para benzer e, enquanto assim fazia, saiu dEle um esplendor, suas palavras eram luminosas e também o era o pão que se precipitou na boca dos Apóstolos, como um corpo resplandecente; era como se Ele mesmo entrasse neles. Vi-os todos penetrados de luz; só Judas vi escuro.
O Senhor deu o Sacramento primeiro a Pedro, depois a João; em seguida fez sinal a Judas para aproximar-se; foi o terceiro, a quem deu o SS. Sacramento. Mas a palavra do Cristo parecia recuar da boca do traidor. Fiquei tão horrorizada, que não posso exprimir o que senti nesse momento. Jesus, porém, disse-lhe: “Fazei já o que queres fazer” e continuou a dar o Santo Sacramento aos Apóstolos, que se aproximaram dois a dois, segurando alternadamente, em frente um do outro, um pequeno pano engomado, bordado nos lados, o qual cobria o cálice. 
         Jesus levantou o cálice pelas duas argolas até a altura do rosto e pronunciou as palavras da consagração sobre ele. Nesse ato ficou transfigurado e como transparente, parecendo passar tudo o que lhes deu. Fez Pedro e João beberem do cálice, que segurava nas mãos, colocando-o depois na mesa; João passou com a colherzinha o SS. Sangue do cálice para os copinhos, que Pedro ofereceu aos Apóstolos, os quais beberam dois a dois de um copo. Creio, mas não tenho absoluta certeza, que Judas também participou do cálice; não voltou, porém, ao seu lugar, mas saiu imediatamente do Cenáculo.
Como Jesus lhe tivesse feito um sinal, pensaram os outros que o tivesse encarregado de algum negócio. Retirou-se sem ter rezado e feito a ação de graças, por onde se vê como é mau retirar-se sem ação de graças, depois de tomar o pão quotidiano ou o Pão Eterno. Durante toda a refeição, eu tinha visto ao pé de Judas a figura de um pequeno monstro vermelho e hediondo, cujo pé era como um osso descarnado e que ás vezes lhe subia até o coração. Quando saiu de casa, vi três demônios cercarem-no; um entrou-lhe na boca, outro empurrou-o para frente e o terceiro correu-lhe à frente. Era noite e eles pareciam alumiá-lo; Judas corria como um louco. 
         O Senhor deitou o resto do Santíssimo Sangue, que ainda ficara no fundo do cálice, no copinho que antes estivera dentro do cálice; pondo depois os dedos por cima do cálice, mandou Pedro e João derramarem água e vinho sobre eles. Feito isso, fê-los beber ambos do cálice e o resto vazou-os nos outros copinhos, distribuindo-os pelos outros Apóstolos. Em seguida Jesus enxugou o cálice, meteu nele o pequeno copo, contendo o resto do Santíssimo Sangue, colocou em cima a patena, com os restantes pães àzimos consagrados pôs a tampa e cobriu o cálice de novo com o pano, colocando-o depois sobre a bandeja, entre os seis copinhos. Vi os Apóstolos comungarem dos restos do Santíssimo Sacramento, depois da ressurreição de Jesus. 
         Não me lembro de ter visto o Senhor comer as espécies consagradas, a não ser que eu não reparasse. Dando o Santíssimo Sacramento, deu-se de modo que parecia sair de si mesmo e derramar-se nos Apóstolos, numa efusão de amor misericordioso. Não sei como posso exprimi-lo. 
         Também não vi Melquisedec, quando ofereceu pão e vinho, come-lo e bebê-lo. Soube também porque os sacerdotes o consomem, apesar de Jesus não o ter feito. 
         Dizendo isso, Catharina Emmerich virou de repente a cabeça, como para escutar; recebeu uma explicação sobre esse ponto, da qual pôde comunicar somente o seguinte; se, porém, os sacerdotes não o recebessem, já se teria perdido há muito; por isso é que se conserva”. 
         Todas as cerimônias, durante a instituição do SS. Sacramento, foram feitas por Jesus com muita calma e solenidade, para ao mesmo tempo ensinar e instruir os Apóstolos, os quais vi depois tomarem notas de certas coisas, nos pequenos rolos que tinham consigo. Todos os movimentos de Jesus, para a direita e para a esquerda, eram solenes, como sempre que estava rezando. Tudo mostrava em geral o santo Sacrifício da Missa. Durante a cerimônia e em outras ocasiões, vi também os Apóstolos se inclinarem uns diante dos outros ao aproximarem-se, como ainda fazem os sacerdotes de hoje. 
Instruções secretas e consagrações  
         Jesus deu ainda instruções secretas. Disse aos Apóstolos que continuassem a consagrar e administrar o SS. Sacramento, até o fim do mundo. Ensinou-lhes as formas essenciais da administração e do uso do Sacramento e de que modo deviam gradualmente ensinar e publicar esse mistério; explicou-lhes quando deviam receber o resto das espécies consagradas e dá-lo à SS. Virgem e que deviam consagrar também o SS. Sacramento, depois de lhes ter enviado o Divino Consolador. 
            Instruiu-os em seguida sobre o sacerdócio, sobre a preparação do Crisma e dos santos óleos e sobre a unção. Estavam ao lado do cálice três urnas, duas das quais continham misturas de bálsamo e diversos óleos e algodão; as urnas podiam ser postas em cima da outra. Jesus ensinou-lhes muitos mistérios, como se devia preparar o santo Crisma, a que partes do corpo se devia aplicar e em que ocasiões.  
Lembro-me, entre outras coisas, que mencionou um caso em que a sagrada Eucaristia não podia mais ser recebida; talvez se tenha referido à Extrema-Unção: mas as minhas lembranças a tal respeito não são muito claras.



SEXTA-FEIRA SANTA

“Cristo de S. João da Cruz” de Salvador Dali
Jesus crucificado e os ladrões
Depois do violento choque da cruz, a cabeça de Jesus, coroada de espinhos, foi fortemente abalada e derramou grande abundância de sangue; também das chagas das mãos e dos pés correu o sangue em torrentes. Os carrascos subiram então pelas escadas e desataram as cordas com que tinham amarrado o santo corpo, para que o abalo não o fizesse cair. O sangue, cuja circulação fora quase impedida pela forte pressão das cordas e pela posição horizontal, afluiu-Lhe então de novo por todo o corpo e as chagas, renovando todas as dores e causando-Lhe um forte atordoamento. Jesus deixou cair a cabeça sobre o peito e ficou suspenso como morto, cerca de sete minutos.
Olhei, cheia de susto e compaixão, para meu Jesus, meu Salvador, a Salvação do mundo; vi-O imóvel, desfalecido de dor, como morto e eu também estava à morte; pensava antes morrer do que viver. (...)
A cabeça de Jesus, com a horrível coroa, com o sangue que Lhe enchia os olhos, os cabelos, a barba e a boca ardente, meio entreaberta, tinha caído sobre o peito e também mais tarde só podia levantar-se com indizível tortura, por causa da larga coroa de espinhos. O peito do Divino Mártir estava violentamente dilatado e alçado; os ombros, os cotovelos e os pulsos distendidos até saírem fora das articulações; o sangue corria-Lhe das largas feridas das mãos sobre os braços; o peito levantado deixava em baixo uma cavidade profunda; o ventre estava encolhido e diminuído; como os braços, estavam também as coxas e pernas horrivelmente deslocadas.
Os membros estavam tão horrivelmente distendidos e os músculos e a pele a tal ponto esticados, que se podiam contar os ossos. O sangue escorria-Lhe em redor do enorme prego que Lhe traspassava os pés sagrados, regando a árvore da cruz. O santo corpo estava todo coberto de chagas, pisaduras vermelhas, manchas amarelas, pardas e roxas, inchaços e lugares escoriados. As feridas reabriram-se, pela violenta distensão dos músculos e sangravam em vários lugares; o sangue que corria, era a princípio ainda vermelho, mas pouco a pouco se tornou pálido e aquoso e o santo corpo cada vez mais branco; por fim, tomou a cor de carne sem sangue. Mas, apesar de toda essa cruel desfiguração, o corpo de Nosso Senhor na cruz tinha um aspecto extremamente nobre e comovedor; na verdade, o Filho de Deus, o Amor Eterno, que se sacrificou no tempo, permaneceu belo, puro e santo nesse corpo do Cordeiro pascal moribundo, esmagado pelo peso dos pecados de toda a humanidade.
Um dos ladrões rezava, o outro insultava Jesus que, olhando para baixo, disse uma coisa a Dimas. O aspecto dos ladrões na cruz era horrendo, especialmente o do que ficava à esquerda, criminoso enraivecido, embriagado, de cuja boca só saiam insultos e maldições. (...) Gesmas praguejava e blasfemava.

Primeira palavra de Jesus na cruz

Quando Jesus ainda pendia desmaiado, disse Gesmas, o ladrão à esquerda: “O demônio abandonou-O”. Um soldado fincou então uma esponja embebida em vinagre sobre a ponta de uma vara e chegou-a aos lábios de Jesus, que pareceu chupar um pouco. As zombarias continuavam. O soldado disse: “Se és o rei dos judeus, salva-te”. Tudo isso se deu enquanto o destacamento anterior era substituído pelo de Abenadar.
Jesus levantou um pouco a cabeça e disse: “Meu Pai, perdoai-lhes, porque não sabem o que fazem”; depois continuou a rezar em silêncio. Então gritou Gesmas: “Se és o Cristo, salva-te a ti e a nós”. Escarneciam-nO sem cessar; mas Dimas, o ladrão da direita, ficou muito comovido, ouvindo Jesus rezar pelos inimigos. (...)
Dimas, o bom ladrão, obteve pela oração de Jesus uma Iluminação Interior, no momento em que a Santíssima Virgem se aproximou. Reconheceu em Jesus e em Maria as pessoas que o tinham curado, quando era criança e exclamou em voz forte e distinta: “O que? É possível que insulteis Àquele que reza por vós? Ele se cala, sofre com paciência, reza por vós e vós o cobris de escárnio? Ele é um profeta, é nosso rei, é o Filho de Deus”. A essa inesperada repreensão da boca de um miserável assassino, suspenso na cruz, deu-se um tumulto entre os escarnecedores; apanhando pedras, quiseram apedrejá-lo ali mesmo. Mas o centurião Abenadar não o permitiu; mandou dispersá-los e restabeleceu a ordem.
(Dimas...) confessou suas faltas a Jesus e disse: “Senhor, se me condenardes, será muito justo; mas tende misericórdia de mim.” Respondeu Jesus: “Experimentarás a minha misericórdia.” Dimas recebeu, por um quarto de hora, a graça de um profundo arrependimento.
Tudo que acabo de contar agora, se deu pela maior parte ao mesmo tempo ou sucessivamente, entre as doze horas e doze e meia, pelo sol, alguns minutos depois da exaltação da cruz.

Eclipse do sol. Segunda e terceira palavra de Jesus na cruz

Pela sexta hora, porém, ou como vi pelo sol, mais ou menos às doze e meia, (...) houve um eclipse milagroso do sol.
(...)O disco do sol parecia cinzento escuro, rodeado de um círculo vermelho, como uma argola de ferro em brasa. O céu tornou-se escuro; as estrelas tinham um brilho vermelho. Um pavor geral apoderou-se dos homens e dos animais, o gado fugiu mugindo, as aves procuravam um esconderijo e caiam em bandos sobre as colinas em redor do Calvário; podiam-se apanhá-las com as mãos. Os zombadores começaram a calar-se; os fariseus tentavam explicar tudo como fenômeno natural, mas não conseguiram acalmar o povo e eles mesmos ficaram interiormente apavorados. Todo o mundo olhava para o céu; muitos batiam no peito e, torcendo as mãos, exclamavam: “Que o seu sangue caia sobre os seus assassinos”. Muitos, de perto e de longe, caíram de joelhos, pedindo perdão a Jesus, que no meio das dores volvia os olhos para eles.
A escuridão aumentava, todos olhavam para o céu e o Calvário estava deserto; ali permaneciam apenas a Mãe de Jesus e os mais íntimos amigos; Dimas, que estivera mergulhado em profundo arrependimento, levantou com humilde esperança o rosto para o Salvador e disse: “Senhor, fazei-me entrar num lugar onde me possais salvar; lembrai-vos de mim, quando estiverdes no vosso reino”. Jesus respondeu-lhe: “Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso”.
A Mãe de Jesus, Madalena, Maria de Cléofas, Maria Helí e João estavam entre as cruzes dos ladrões, em redor da cruz de Jesus, olhando para Nosso Senhor. A Santíssima Virgem, em seu amor de mãe, suplicava interiormente a Jesus que a deixasse morrer com Ele. Então olhou o Senhor com inefável ternura para a Mãe querida e, volvendo os olhos para João, disse à Maria: “Mulher, eis aí o teu filho; será mais teu filho do que se tivesse nascido de ti”. Elogiou ainda João, dizendo: “Ele teve sempre uma fé sincera e nunca se escandalizou, a não ser quando a mãe quis que fosse elevado acima dos outros”. A João, porém, disse: “Eis aí tua Mãe!” João abraçou com muito respeito, como um filho piedoso, a Mãe de Jesus, que se tinha tornado também sua Mãe, sob a cruz do Redentor moribundo. (...)

Abandono de Jesus. A quarta palavra de Jesus na cruz

O nevoeiro úmido envolvia tudo.
Em redor da cruz reinava silêncio; todos se tinham afastado, muitos fugiram para a cidade. O Salvador, naquele infinito martírio, mergulhado no mais profundo abandono, dirigindo-se ao Pai celestial, rezava pelos inimigos, impelido pelo amor. Rezava, como durante toda a Paixão, recitando versos de salmos que nEle se cumpriam. Vi figuras de Anjos em redor dEle. Quando, porém, a escuridão cresceu e o terror pesava sobre todas as consciências e todo o povo estava em sombrio silêncio, ficou Jesus abandonado de todos e privado de toda a consolação. Sofria tudo quanto sofre um pobre homem, aflito e esmagado pelo absoluto abandono, sem consolação divina ou humana, quando a fé, a esperança e a caridade, privadas de iluminação e consolo, de visível assistência, ficam sozinhas no deserto da provação, vivendo de si mesmas, num infinito martírio. Tal sofrimento não se pode exprimir. Nessa tortura moral, Jesus nos alcançou a força de resistirmos na extrema miséria do abandono, quando se rompem todos os laços e relações com a existência e a vida terrena com o mundo e a natureza em que vivemos, quando se desfazem também as perspectivas que esta vida em si nos abre, para outra existência; nessa provação venceremos, se unirmos nosso abandono com os merecimentos do abandono de Jesus na cruz. (...)
Jesus, inteiramente desamparado e abandonado, ofereceu-se, como faz o amor, a si mesmo por nós, fez até do abandono um riquíssimo tesouro; pois se ofereceu, com toda sua vida, seus trabalhos, amor e sofrimento e a dolorosa experiência de nossa ingratidão, ao Pai celestial, por nossa fraqueza e pobreza. Fez testamento diante de Deus e ofereceu todos os seus merecimentos à Igreja e aos pecadores. (...)
E testemunhou por um grito a dor do abandono, dando assim a todos os aflitos, que reconhecem a Deus por Pai, a liberdade de uma queixa cheia de confiança filial. Pelas três horas, Jesus exclamou em alta voz: “Eli, Eli, lama Sabachtani!”, o que quer dizer: “Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?”
Quando esse grito de Nosso Senhor interrompeu o angustiante silêncio que reinava em redor da cruz, os escarnecedores se voltaram novamente para Ele e um deles disse: “Ele chama Elias”, e outro: “Vamos ver, se Elias vem ajudá-Lo a descer da cruz”. Quando, porém, Maria ouviu a voz do Filho, nada mais pôde retê-la; voltou para junto da cruz, seguida por João, Maria, filha de Cleofas, Madalena e Salomé.
Logo depois das três horas, o céu começou a clarear-se; a lua afastou-se gradualmente do sol, para o lado oposto àquele de que viera. O sol reapareceu, sem brilho, ainda vedado pelo nevoeiro vermelho e a lua ia descendo rapidamente para o outro lado, como se caísse. Pouco a pouco o sol readquiriu mais claridade e as estrelas desapareceram; contudo o dia ainda permanecia sombrio. A medida que reaparecia a luz, tornavam-se os inimigos escarnecedores mais arrogantes; foi nessa ocasião que disseram: “Ele chama Elias”. Abenadar, porém, impôs-lhes silêncio e manteve a ordem.

Quinta, Sexta e Sétima palavras de Jesus na cruz. Morte de Jesus.
Quando a luz voltou, surgiu o corpo de Nosso Senhor, pálido, extenuado, como que inteiramente desfalecido, mais branco do que antes, por causa da grande perda de sangue. Jesus disse ainda, não sei se o percebi só interiormente ou se Ele o disse a meia voz: “Sou espremido como as uvas, que foram pisadas aqui pela primeira vez; devo dar todo o meu sangue, até sair água e o bagaço ficar branco; mas não se fará mais vinho neste lugar”.
Mais tarde vi, numa visão a respeito dessas palavras, que foi nesse lugar que Jafé pela primeira vez pisou as uvas, para fazer vinho (...)
Jesus consumia-se de sede e disse com a língua seca: “Tenho sede”. E como os amigos o olhassem com tristeza,disse-lhes: “Não me podíeis dar um gole de água?” Queria dizer que durante a escuridão ninguém os teria impedido. João, muito incomodado, respondeu: “Senhor, esquecemo-lo mesmo”. Jesus disse ainda algumas palavras, cujo sentido era: “Também os amigos mais íntimos deviam esquecer-se e não me dar a beber, para que se cumprisse a Escritura”. Mas esse esquecimento Lhe doeu amargamente. (...)
Nosso Senhor ainda disse algumas palavras de exortação ao povo; lembro-me apenas que disse: “Quando minha voz não se fizer mais ouvir, falará a boca dos mortos”; ao que alguns gritaram: “Ainda continua blasfemando”. Abenadar, porém, os mandou calar.
(...) A Santíssima Virgem estava entre a cruz do bom ladrão e a de Jesus, amparada pelos braços de Maria de Cleofas e Salomé, olhando para o Filho, que lutava com a morte. Então disse Jesus: “Tudo está consumado!” e, levantando a cabeça, exclamou em alta voz: “Meu Pai, em vossas mãos entrego o meu espírito”. Foi um grito doce e forte, que penetrou o Céu e a terra; depois inclinou a cabeça e expirou. Vi a alma de Jesus, em forma luminosa, entrar na terra, ao pé da cruz e descer ao Limbo. João e as santas mulheres prostraram-se com a face na terra.(...)
Nesse momento pronunciou o Senhor as últimas palavras, em voz alta e forte e morreu dando um grito, que penetrou o Céu, a terra e o inferno. A terra tremeu e o rochedo fendeu-se, deixando uma larga abertura entre a cruz do Senhor e a do ladrão à esquerda. O testemunho que Deus deu de seu Filho, abalou com susto e terror a natureza enlutada. Estava consumado! A alma de Nosso Senhor separou-se do corpo e ao grito de morte do Redentor moribundo estremeceram todos que O ouviram, junto com a terra que, tremendo, reconheceu o Salvador; os corações amigos, porém, foram transpassados pela espada da dor. Foi então que a graça desceu à alma de Abenadar; estremeceu emocionado, cederam-lhe as paixões e o coração orgulhoso e duro, fendeu-se-lhe como o rochedo do Calvário. Lançou longe de si a lança, bateu no peito com força e exclamou alto, com a voz de um homem novo: “Louvado seja Deus, Todo-poderoso, o Deus de Abraão e Jacó! Este era um homem justo; em verdade, Ele é o Filho de Deus!”. E muitos dos soldados, tocados pela palavra do centurião, fizeram o mesmo.





A RESSURREIÇÃO DO SENHOR

“A Ascenção” de Benjamin West
Vi a alma de Jesus aparecer, com grande esplendor, entre dois Anjos de figura guerreira, (os Anjos que eu via dantes tinham figura sacerdotal), rodeado de muitas outras figuras luminosas; passando por cima através do rochedo do sepulcro, desceu sobre o santo corpo, como se inclinasse para ele e com ele se fundisse. Então vi os membros se lhe moverem nos invólucros e o corpo vivo, e resplandecente do Senhor, unido à alma e à divindade, sair, ao lado das mortalhas, como se saísse da chaga do lado. Esta visão me recordou Eva, que saiu do lado de Adão. Tudo estava cheio de luz e esplendor.
Nesse momento vi, na minha contemplação, a aparição de uma forma monstruosa, que dos infernos subiu, por baixo do túmulo. Levantou raivosamente a cauda de serpente e a cabeça de dragão contra o Senhor. Além disso, como ainda me recordo, tinha uma cabeça humana. Vi, porém, na mão do Redentor ressuscitado um belo bastão branco e sobre este uma bandeira desfraldada.
O Senhor pisou a cabeça do dragão e bateu três vezes com o bastão na cauda da serpente; vi-a encolher-se cada vez mais e afinal desaparecer; a cabeça do dragão foi pisada e esmagada na terra e só a cabeça humana lhe ficou ainda. Tenho tido essa visão já por diversas vezes na contemplação da ressurreição e vi também uma serpente semelhante, espreitando à hora da conceição de Nosso Senhor.
A forma dessa serpente lembra-me sempre a serpente do paraíso, mas era ainda mais hedionda. Penso que essa visão se referia à promissão: “A semente da mulher esmagará a cabeça da serpente”. Parecia-me um símbolo da vitória sobre a morte; pois enquanto Jesus esmagou a cabeça do dragão, não vi mais o sepulcro, mas vi o Senhor passar resplandecente através do rochedo.
Tremeu a terra, um Anjo em figura de guerreiro desceu do céu ao sepulcro, como um relâmpago, levantou a pedra para o lado direito e sentou-se-lhe em cima. Foi tal o tremor de terra, que as lanternas oscilavam e as chamas saiam por todos os lados. A vista disso, caíram por terra os guardas, como que atordoados e jaziam como mortos, com os membros tortos.
Cássio viu tudo cheio de luz e esplendor; mas recobrando ânimo, aproximou-se resolutamente do túmulo, abriu um pouco as portas, examinou as mortalhas vazias e afastou-se, para ir relatar a Pilatos o que acontecera. Mas ainda se demorou um pouco na proximidade, esperando que sucedesse mais alguma coisa; pois vira só o terremoto, o Anjo que num instante levantara a pedra e se lhe sentara em cima, o túmulo vazio, mas não vira Jesus. Como também os guardas, foi Cássio um dos primeiros que deram notícia do sucedido aos Apóstolos.
No mesmo momento em que o Anjo desceu ao sepulcro e a terra tremeu, vi o Senhor aparecendo à Mãe SS., perto do Monte Calvário. Estava maravilhosamente belo, sério e luminoso. A veste, que lhe envolvia o corpo como um largo manto, flutuava no ar atrás dEle quando caminhava e tinha reflexos de cor branca azulada, como fumaça vista através da luz do sol. As chagas estavam largas e brilhavam; nas chagas das mãos se podia introduzir bem um dedo. Os lábios das chagas tinham a forma de três triângulos eqüiláteros, coincidindo no centro de um círculo.
Do meio das mãos saiam raios luminosos para os dedos. As almas dos patriarcas inclinaram-se diante da Mãe de Jesus, à qual o Senhor disse, em poucas palavras, que me fugiram da memória, que tornaria a vê-Lo. Mostrou-lhe as chagas e quando ela se prostrou por terra, para beijar-lhe os pés, tomou-a pela mão e levantando-a, desapareceu.
Vi ao longe o brilhar das lanternas ao lado do sepulcro e a leste de Jerusalém uma luz branca no horizonte - o amanhecer do dia.




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